Mudar não é nada fácil. Quando falamos de transformação digital esse cenário se complica mais ainda. Números de uma pesquisa da McKinsey mostram que 70% das tentativas de transformação fracassam. Ao mesmo tempo, estudos mostram que o número de empresas que desaparecem ou são absolvidas por outras teve grande crescimento – desde a década de 80 a longevidade dos negócios caiu pela metade, cerca de 88% das empresas de 60 anos atrás não existem mais. Será que isso tem relação com a falta da adoção de novas tecnologias? Com toda certeza, as empresas que não se transformam enfrentam mais dificuldade e possuem maiores chances de sumirem do mercado ou serem adquiridas por outras corporações.
Na prática, quantas empresas você conhece que foram líderes do mercado e acabaram falindo por não se adaptarem e adotarem novas tecnologias? Não é preciso refletir por muito tempo para lembrar de empresas como Kodak, Xerox, Yahoo e Blockbuster, que eram referência, mas se tornaram obsoletas por não aplicarem novas tecnologias para melhorarem seus produtos e serviços. Na década de 70 a Kodak dominava 80% das vendas de câmeras e filmes fotográficos, mas isso não impediu que as câmeras digitais derrubassem as analógicas e levassem a empresa a falência. A Xerox foi tão relevante que até hoje a marca é sinônimo para cópia, porém, quando ainda estava no auge, os diretores achavam que digitalizar documentos seria algo muito caro, pensamento que quebrou o negócio, que era um dos mais importantes da época. Yahoo foi o maior portal de internet do mundo em 2005, porém ignorou a inovação e acabou sendo substituído pelo Google e Facebook. Já a locadora de filmes Blockbuster, se recusou a comprar uma das plataformas de streaming, que hoje é uma das mais famosas – a Netflix – e acabou sendo engolida por ela.
O que essas empresas têm em comum? O medo de arriscar, aderir tecnologias disruptivas e, o maior fator, estão acostumadas com processos e produtos que já possuem. E por que isso acontece? Segundo uma pesquisa do Harvard Business Review, empresas que já foram líderes do mercado, tem como característica investir em tecnologias para melhorar a experiência e relacionamento com os clientes atuais, mas não se empenham em buscar inovação para atrair compradores/consumidores futuros.
O maior erro no quesito tecnologia, acontece devido a um dos mais populares paradigmas de gestão: deixar o cliente no centro de todas as operações, inclusive na adoção de novas tecnologias e inovações. É obvio que a burocracia, falta de investimento e planejamento contribuem para que projetos de tecnologias disruptivas fiquem parados, mas o fator principal é que os líderes ficam muito preocupados com o que os clientes atuais preferem. Os clientes possuem um poder fora do comum para direcionar os investimentos da empresa, se eles estiverem muito satisfeitos com os processos atuais e demostrarem um pequeno incomodo com a mudança proposta, provavelmente a empresa não irá investir.
O perigo de ignorar novas tecnologias, que inicialmente não atendam às necessidades dos clientes convencionais, pode dificultar o desempenho das empresas e o quanto antes esse risco for reconhecido, melhor para o negócio. Aqueles que preparam suas estruturas e aplicam tecnologias disruptivas primeiro do que seus concorrentes, saem na frente no mercado.
Estar atento as novas tecnologias disruptivas e tendência é essencial para o sucesso do negócio. A crise da COVID-19 evidenciou ainda mais que as tecnologias disruptivas são importantes para as empresas, não apenas para terem competitividade, mas para sobreviverem, manterem as operações e atenderem as novas demandas do mercado. Aliás, se pudéssemos escolher uma lição, entre milhares, que aprendemos durante a pandemia, a principal seria: toda empresa precisa se tornar uma empresa de tecnologia. Todas os segmentos precisam investir em novas tecnologias e passar pelo processo de transformação digital.
Quando falamos de tecnologias disruptivas, não significa inovações extraordinárias e radicalmente novas, as vezes elas são mais simples do que pensamos. No entanto, as empresas ainda se mostram relutantes em adotar novas tecnologias, porque além do fator cliente, o retorno do investimento é uma barreira. A receita e custos de uma empresa estão diretamente ligados com a forma como avaliam as inovações propostas. Geralmente, as tecnologias disruptivas parecem financeiramente pouco atraentes para empresas estabelecidas no mercado. Muitas vezes é difícil calcular e projetar a longo prazo o crescimento e adoção dessa tecnologia. Dessa forma, muitos líderes não se sentem seguros para promover projetos de adoção e acreditam que o crescimento não será significativo comparado com o custo.
Mesmo com a constante busca pela transformação digital, a adoção de novas tecnologias permanece notoriamente difícil e complexa, segundo a pesquisa da McKinsey sobre negócios e TI, 50% das empresas relatam que ainda estão na fase piloto do trabalho com tecnologias avançadas, mas isoladas, tendo pequenas equipes envolvidas no projeto e sem muito investimento.
Diante desses desafios, como conseguir detectar e cultivar tecnologias disruptivas que realmente sejam importantes para o seu negócio e se manter à frente no mercado? Existem algumas ações e métodos que podem ser aplicados para obter a tecnologia que a sua empresa precisa e começar a desenvolver um processo de inovação.
Identifique a tecnologia
No meio de diversas tecnologias que surgem, é importante identificar aquela que realmente é disruptiva para o seu negócio. Uma abordagem, segundo a pesquisa do Harvard Business Review, para identificar essas tecnologias é examinar divergências internas sobre o desenvolvimento de novos produtos ou tecnologias. Avaliei as partes que apoiam o projeto novo ou não, áreas mais processuais, como financeiro, raramente apoiarão essas mudanças por questões financeiras, já as áreas técnicas ou ligadas à insights de mercado irão apoiar. O desacordo entre esses dois grupos, pode estar sinalizando que existe uma tecnologia disruptiva que os gerentes devem explorar.
Importância estratégica
Faça as perguntas certas sobre a importância estratégica das tecnologias disruptivas, para as pessoas certas. Se você está pensando que os clientes são a persona certa para essa avaliação, não são! Clientes são excelentes para receberem perguntas sobre o desempenho das tecnologias de sustentação, aquelas que já são utilizadas pelo negócio, porém quando se trata de tecnologias disruptivas as respostas são pouco confiáveis. É útil avaliar a nova tecnologia com análises de mercado e fazer algumas perguntas chaves:
• Qual é a sua expectativa com a tecnologia?
• Quais são os pontos de dor mais urgentes e o que os causa?
• Qual abordagem de tecnologia avançada está em vigor e qual é sua maturidade?
• Transformar a tecnologia da sua empresa é uma das duas principais prioridades da diretoria?
• Quais esforços de transformação tecnológica sua empresa lançou até agora? Que efeito eles tiveram? O que deu certo e o que não deu?
• Que fatores podem restringir o ritmo de seus esforços de transformação tecnológica?
• Quanto capital e outros recursos a empresa pode dedicar à transformação tecnológica?
Com as respostas para esses questionamentos, o time envolvido com o processo de inovação terá mais direcionamento e ajudará os executivos a compreenderem o estado atual da tecnologia no negócio, qual nível está o programa de transformação e as próximas ações.
Se abra para o novo
Em todos os setores e segmentos, as unidades de negócios, processos e bases utilizadas são finitas e estão sujeitas a sofrerem alterações ao longo do tempo. Em um mundo cada vez mais volátil, essas mudanças se tornam ainda mais frequentes e acontecem de maneira mais rápida. As bases tecnológicas e o mercado também irão, eventualmente, mudar por conta das inovações, e as tecnologias disruptivas fazem parte desse ciclo. As empresas que entendem esse processo estarão mais preparadas para o futuro, proporcionando aos gerentes mais autonomia para realizarem ações e adotarem tecnologias inovadoras, mesmo que isso signifique descontinuar processos e negócios atuais.
Fique atento as novidades e tendências
Inteligência artificial, internet das coisas (IoT), 5G e metaverso (realidade virtual), são algumas das tendências previstas para os próximos anos. Saber como cada uma delas vai afetar o negócio é uma tarefa de nível gerencial que vai determinar o desempenho da empresa no futuro. Sabemos que a aplicação dessas tecnologias parece estar em uma realidade distante, mas está mais perto do que você imagina. Inclusive, algumas empresas já estão se estabelecendo no metaverso, como é o caso da “O Boticário” e do “Banco do Brasil” que já construíram, respectivamente, sua primeira loja e agência bancária no universo de realidade virtual.
E o seu negócio? Está preparado para adotar tecnologias disruptivas? Essa mudança pode parecer difícil e muitos distante da realidade, como mostramos nesse artigo, mas ela será inevitável. Por isso, nós da Verhaw IT, estamos prontos para ser o seu parceiro tecnológico e te ajudar nessa jornada de transformação digital. Fale conosco.